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A vida transmitida em desenhos

A vida transmitida em desenhos

O cartunista capixaba Zappa tem em seu portfólio ações, peças publicitárias e artísticas expostas em mais de 52 países. Como ilustrador, já fez mais de 50 mil desenhos.

O trabalho do artista está em uma edição limitada de xícaras do Meridiano, que já estão disponíveis no site da empresa.  O Blog do Café Meridiano bateu um papo cheio de criatividade e café com ele. Confira!

– Qual é a sua relação com o café? Aprecia a bebida?
Eu tive uma infância espetacular. Passava todas as minhas férias no sítio de meus avós maternos, em Minas Gerais. Eles eram pequenos agricultores e tinham uma razoável produção de café. Por lá, além de exercer todas as brincadeiras que –sem dúvida- somaram ao meu repertório criativo, eu vivenciava a prática de todas as etapas de produção do café, do plantio à moagem. Sempre apreciei a bebida, coada tradicionalmente é a minha opção favorita.
Posso dizer que tenho um laço de memória afetiva com o café. Se estou em Zurich ou Amsterdam e sinto o cheiro da bebida sou “transportado” imediatamente à minha infância e aos cafezais que passei uma das partes mais fabulosas de minha vida. Café me traz saudade, alegria, insights… Não consigo viver sem!

 

– Qual foi a sensação de ver as imagens suas xícaras de café? O resultado foi o esperado?
Sempre penso numa forma de escoar as minhas imagens. Ainda ontem eu entregava uma charge política que vai compor uma capa de uma revista espanhola… Essa “multiplicação” da idéia me emociona, porque assim eu consigo democratizar em suportes mais longínquos ou exóticos aquilo que estava aprisionado somente em minha imaginação.
Me encanta a ideia de saber que em determinado sítio em Colatina haverá alguém degustando um cafezinho em contato com a minha arte e parte da filosofia de diversão estética nela contida, ou, que em São Paulo ou Paris, um executivo parará o seu ritmo para apreciar o mesmo desenho, em um aeroporto ou uma antessala de reunião.
Gosto da ideia de multiplicar, tornar uma ideia pública… É uma das formas de perpetuação humana mais sólidas, desde o tempo em que se pintava nas cavernas.

 

– Como descobriu a sua vocação? 
Eu era um bom aluno… Bom não, um aluno acima da média.
Gostava da sala de aula… Gostava dos professores, dos colegas…
Ali foi um palco expressivo. Enquanto eu prestava atenção nas minhas aulas eu “anotava” em desenhos todos os conteúdos. Isso trazia os colegas curiosos na minha produção, atraía as primeiras críticas, aplausos e de quebra foi uma ferramenta de amor ao conhecimento que fluiu naturalmente ao profissionalismo.

 

– Tem projetos futuros?

Tenho um livro de charges sobre planejamento estratégico de lançamento, isso sem contar as demandas correntes no campo editorial, didático e publicitário ligadas à arte de ilustrar.
Posso dizer que o futuro é sempre o meu projeto. Mas fora isso, uma demanda sonhada é estender a minha relação com o Meridiano para mascotes, rótulos, designs e ações. De certa forma, esse primeiro produto (xícaras assinadas) serviu para assinalar uma intimidade com a marca.